Brasil tem 15 mil favelas, diz IBGE; no PR, são 308
Comunidade Pavão-Pavãozinho no Rio de Janeiro |
Segundo o IBGE, 27,8% dos moradores dos aglomerados subnormais que se declararam empregados trabalham sem carteira assinada – percentual 6% superior ao encontrado fora dessas áreas. Em Curitiba, 64.346 pessoas estavam empregadas à época do levantamento – 18% delas trabalhando sem registro.
Essa informalidade se reflete no rendimento médio do trabalhador. De acordo com os dados do instituto, tanto nas favelas brasileiras quanto nas curitibanas, o percentual de domicílios cuja renda média mensal por pessoa era inferior a meio salário mínimo era o dobro do verificado em regiões estruturadas.
Os dados mostraram ainda que o abismo separando a população das favelas da que vive fora dela fica ainda maior quando a comparação é levada à educação. Ao todo, no país, 20% dos entrevistados informaram ter concluído o ensino superior – porcentagem que não chega à casa dos 2% entre os moradores dos aglomerados subnormais.
O IBGE considera uma área como “subnormal” quando ela reúne, no mínimo, 51 unidades habitacionais sem documento de posse, carentes de serviços públicos essenciais, como coleta de água e esgoto, e dispostas de forma desordenada, sem padrão urbanístico. Todos os 5.564 municípios do país foram visitados pelos técnicos do instituto, mas em apenas 323 deles foram encontradas áreas com essas características.
Para o geógrafo Maurício Gonçalves e Silva, o levantamento divulgado mostra como é diferente a vida de quem está em uma favela daquela de quem mora em bairros bem estruturados. “Quando você tem mais percentuais de informalidade, isso gera um ambiente instável”, afirma o pesquisador do IBGE.